sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

15 Anos Sem Chico Science

Ontem dia 2 de fevereiro fez 15 anos da morte de Chico Science 



Faltando 15 dias para o Carnaval, lembramos também os 15 anos sem Chico Science. 
O ano de 1997 mal começava e todos apostavam suas fichas em Francisco de Assis França, que curtia a ótima repercussão do disco “Afrociberdelia” junto com a Nação Zumbi e ainda era convidado a participar de diversos outros projetos e cantou junto com Gilberto Gil, Paralamas do Sucesso e Fernanda Abreu, além de outros nomes da música nacional. 
O Carnaval de 1997 prometia ser ainda bem especial por conta de uma ideia bem ousada, que seria tocar com a Nação Zumbi em cima de um trio elétrico na semana pré-carnavalesca em Boa Viagem. Vale lembrar que ainda vivíamos o período do Recifolia em que a axé-music fazia parte do mainstream e ameaçava diretamente a música produzida em pernambuco, que mal tinha espaço nas prévias locais e na própria micareta que tinha o nome da cidade. 
Em 1996, o cantor Antônio Carlos Nóbrega conseguiu um espaço na semana pré-carnavalesca e junto aos trios elétricos comandou o bloco “Na Pancada do Ganzá”, convidando passistas de frevo, dois maracatus e caboclinhos. O primeiro ano do bloco foi uma espécie de trincheira cultural frente a potência dos demais trios que vinham trazendo os maiores e mais populares nomes da axé-music. O número de foliões no bloco não foi tão grande, mas foi expressivo o bastante para que ele continuasse no ano seguinte. Sendo assim, para 1997, Antônio Nóbrega tinha uma proposta mais ousada, iria colocar Chico Science e a Nação Zumbi em cima do trio elétrico do “Na Pancada do Ganzá” e mostrar na Avenida Boa Viagem e ao público de abadás a síntese do sucesso do manguebeat. Seria uma vitória bastante simbólica para o momento em que passava o estado, que enfim estava começando a adotar a cultura mangue e revalorizando as manifestações locais.




Infelizmente, no dia 2 de fevereiro de 1997, num domingo à noite, Chico Science sofreu um acidente e morreu. Lembro de ouvir a notícia em casa pela Rádio Cidade em estado de choque. Num horário em que a rádio mal tocava música local, começaram a tocar os primeiros acordes de “Da Lama ao Caos” para dar a notícia que ninguém queria ouvir. O dia seguinte foi o mais triste da história de Pernambuco em muitos anos. Quem conhecia e quem não conhecia Chico Science lamentava a tragédia. 
Mas resta-nos agora a lembrança e as coisas boas produzidas por Chico, bem como o espaço que ele conseguiu cavar para o manguebeat e a música pernambucana como um todo. Seu jeito meio moleque e carismático ajudou a espalhar sua música por aí e aparecer até em lugares inusitados na mídia brasileira. Mangueboy visionário, hoje sua lembrança está em toda parte no Recife e sua mente na imensidão.
E como estamos em ritmo de Carnaval, vamos relembrar Chico Science dando entrevista a Serginho Groismann falando do carnaval e cantando marchinhas no Programa Livre no SBT em 1996
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fonte:carnavaltachegando.tumblr.

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